PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Nesta terça-feira (14), é comemorado o Dia Nacional da Alfabetização, data criada para fomentar o processo de alfabetização em todo país. A alfabetização não é apenas saber ler e escrever, mas também ter capacidade de compreensão, interpretação e produção de conhecimento. Em Balneário Camboriú, educadores da Rede Municipal de Ensino utilizam métodos diferentes para auxiliar no processo de aprendizagem da alfabetização.

Há 37 anos lecionando, a professora regente alfabetizadora, Lurdes Teresinha Zborovski, já utilizou diversos métodos, dentre eles o fônico corporal, que associa as letras a um som e gesto. “Com o passar dos anos vieram métodos diferentes e fui adaptando, aperfeiçoando e criando o meu método. Ensino as letras às crianças através de um som e um gesto. Dessa maneira, em dois meses as crianças já começam a ler”, explicou a educadora.

Outra forma de alfabetização utilizada pela professora é o “Lendo pela Escola”, em que o aluno sai com uma plaquinha e lê para servidores e para outros estudantes. Além disso, a professora do Centro Educacional Municipal (CEM) Alfredo Domingos da Silva aproveita o intercâmbio de alunos dos Núcleos de Educação Infantil (NEI), que sempre vão conhecer a escola, para fazer as crianças que estão sendo alfabetizadas lerem para os menores.

Uma das crianças que aprendeu ler e escrever com a professora Lurdes, foi a pequena Ana Júlia França, de 7 anos, do 1º ano. “Agora não preciso mais da ajuda do meu pai para ler, já consigo ler e escrever sozinha. Eu gosto muito de escrever”, comentou a menina.

Nem sempre aprendemos na infância a ler e escrever. Por isso, o Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) do município alfabetiza alunos de 15 a 75 anos. Mais de 430 pessoas, entre jovens e idosos, dedicam no mínimo 3h diárias de estudo com o objetivo de concluir o Ensino Fundamental. As razões para voltar a estudar vão desde reinserção no mercado de trabalho até aumentar a autoconfiança. “É como um cego que começa a enxergar e vai descobrindo um mundo novo, totalmente diferente”, fala Suzete Reinert, uma das professoras do Centro.

Segundo a diretora do CEJA, Miriam Melo Baumann, a importância de retornar à sala de aula vai muito além da alfabetização. “A mudança em cada um deles é incrível! Eles ficam orgulhosos deles mesmos, mais confiantes e crescem muito como pessoa. É lindo ver essa sede de aprender, principalmente dos mais velhos”.

No CEJA, a formação é dividida em oito etapas, cada uma com a duração de seis meses, totalizando quatro anos ao final do Ensino Fundamental. A alfabetização é realizada logo na primeira etapa e o resultado é gratificante. Alunos que interromperam seus estudos por conta do trabalho, família ou saúde, agora tem novamente a oportunidade de pegar o papel, a caneta e conhecer um novo mundo de oportunidades.

O Dia Nacional da Alfabetização

Em 1966, o dia 14 de novembro foi escolhido pelo Governo Federal como o Dia Nacional da Alfabetização, data que relembra a criação dos antigos Ministérios da Educação e da Saúde Pública. A data, embora simbólica, relembra a importância da alfabetização e do letramento para a formação intelectual do indivíduo, sendo também essencial para que o assunto seja constantemente discutido, visando soluções eficientes que combatam o analfabetismo.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mais de 700 milhões de pessoas no mundo inteiro não sabem ler, escrever ou contar e cerca de 250 milhões de crianças são consideradas analfabetas funcionais, passam pela escola mas não entendem o que leem.
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